domingo, 22 de setembro de 2013

Livro: Um menino chamado Guilherme


Esse post foi feito originalmente no meu outro blog, o Fredericando, quando ainda estava grávida do Fred. Resolvi trazê-lo para cá porque o livro é realmente uma delícia e já vale como minha primeira sugestão de leitura nesse novo espaço: um livro para se ler ao seu filho enquanto ele ainda está na barriga!

Imagem: daqui
"Um menino chamado Guilherme", de Oswaldo Cassilha, é um livrinho infantil, bem fininho, que conta a história de quando Guilherme abriu os olhos pela primeira vez dentro da barriga da mãe, e viu o mundo a sua volta: a barriga da mãe. Rsrsrsrss. A narração é feita por ele mesmo, as sensações, a descoberta do seu corpinho, a emoção de ouvir a voz da mãe chamando seu nome.

Se puderem, não deixem de ler. Procurem em bibliotecas, não precisa nem levar para casa, pois ele é tão fininho que a leitura não dura 10 minutos. É só para sentir a emoção.

Eu confesso que chorei na hora em que Guilherme conta sobre o nascimento, o medo daquele mundão desconhecido e de repente o reconhecimento daquela voz doce chamando seu nome. Foi a primeira leitura que fiz para meu bebê, só que em vez de Guilherme, li como se fosse Frederico, deitada, com a mão sobre a barriga, sentindo suas mexidinhas...

Título: Um menino chamado Guilherme
Autor: Oswaldo Cassilha
Editora: Martins Fontes
ISBN: 9788533616011
Páginas: 24
Acabemento: brochura
Edição: 1ª edição - 2002
Idioma: Português - Brasil

Sinopse: Este livro nos faz acompanhar algumas semanas da vida de um bebê, contadas por ele mesmo. A narração começa na primeira vez em que Guilherme abriu os olhos e viu o mundo à sua volta: a barriga da mãe. E termina quando, deitado num lugar macio e quentinho, ouviu uma voz suave e carinhosa que dizia: "Meu pequeno Gui, você nasceu!" O texto é sutil, bem-humorado e emocionante, e as imagens que o ilustram são magistrais.

sábado, 21 de setembro de 2013

Lendo-me

Eu aprendi a ler tardiamente, pois só comecei a estudar aos 8 anos de idade. Antes, do meu jeito, eu lia o mundo! Lia tudo! Lia principalmente as muitas histórias que me eram contadas pelos meus nonos, tios, meu pai. Histórias escritas no tempo, sem papel e sem caneta, mas vividas, reais. Sem príncipes e sem princesas, mas com personagens tão fantásticos quanto qualquer conto de fadas pode trazer.

Todas as histórias que povoaram minha imaginação de criança eram orais. Sem nunca ter tido alguém mais "letrado" próximo a mim, eu vivi minha primeira infância tentando decifrar como aquele "A" junto com outra letra poderia significar algo. Eu não tinha livros em casa, nem lápis, nem papéis. Eu usava o carvão que sobrava no fogão a lenha para riscar todas as paredes de madeira da casa do meu pai, eu tinha uma ânsia tão grande de ler e escrever que cheguei a criar um código próprio para as letras que, sozinha, eu decifrava nos pacotes de farinha, de arroz... era meu único contato com a língua escrita.

Mas finalmente, um dia, com um caderninho e um lápis, devidamente acomodados em um saquinho plástico que fazia as vezes de mochila, eu adentrei pela primeira vez na sala de aula da Professora Gorete!!! Que dia lindo!!!

Imagem daqui
A Escola tinha apenas 2 salas de aula, e uma vastidão de mundo-sem-fim que me transportou aos mais recônditos espaços do mundo, e fora dele! Não por acaso, chamava-se Machado de Assis: Escola Rural Municipal Machado de Assis. 

Logo na entrada havia uma placa com uma pintura feita a mão pelo Professor Doraci daquele homem sério, de barba e de óculos que mais tarde tornou-se um dos meus escritores favoritos. Seu olhar parecia encarar olho no olho cada um dos alunos que chegavam. A alguns assustava, a outros desafiava...

Eu bebia as letrinhas que aprendia, uma a uma, sorvendo-as para sentir todo o prazer adiado daquele contato único. E desde então, nunca mais fui a mesma! O fascínio que as Letras exerceram sobre mim foi tal que até hoje ainda me surpreendo, ainda me pego lendo alguns livros com a mesma emoção daquele primeiro encontro!!! Ainda sorvo, devoro, cada letra, cada página, como quem esperou tempo demais para encontrar o mundo lá de dentro (de si / do livro).

E por que eu estou contando tudo isso aqui? Não sei porque! Talvez porque me emociono quando reconheço no meu filho de 2 anos a mesma paixão! Quando vejo que ele troca qualquer brinquedo por um livro. E quando flagro-o riscando as paredes daqui de casa não consigo repreendê-lo, porque volto no tempo e vejo uma menininha encantada com seus rabisco feitos a carvão...

Eu, que aprendi a ler aos 8 anos de idade, hoje tenho um filho de 2 anos que conhece todas as letrinhas do alfabeto! Que para tudo que está fazendo quando encontra uma letrinha "EM de MAMÃE", ou "PI de PAPAI".

Não sei se ele vai ser um leitor apaixonado assim como sou. Não sei se ele vai AMAR estudar, aprender, do mesmo jeito que eu. Mas sei que a sementinha está plantada. Do mesmo jeito que foi plantada em mim, nas muitas histórias que ouvi na minha infância... porque mais importante que a quantidade de livros/histórias que se leu/ouviu na vida, é a forma como eles nos tocaram e nos fizeram os leitores que somos.

Karoly Roka



Entre livros e livrinhos

Quando a mamãe vive entre livros e o filhote entre livrinhos, a coisa vai tão além que vira um blogue!

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